Seja bem-vindo, visitante

Olá, Visitante. Chegou aqui, vindo sei lá de onde, quiçá cansado de tantas caminhadas e descaminhos. Pois bem, sente-se, relaxe e leia algumas destas coisinhas, vai ver que fica melhor... Um abraço da Felipa

quinta-feira, 15 de março de 2012

Blogagem coletiva - Amor aos pedaços


Participo pela primeira vez numa blogagem coletiva deste tipo e confesso que não sei bem o que escrever. Dei uma vista de olhos por o que algumas das participantes já publicaram, para ficar com uma ideia do que é esta blogagem, e agora vou escrever.

ENCANTAMENTO

Encanto-me por muitas coisas, pela vida, pelas pessoas, pelas flores, mas hoje vou escrever sobre outro tipo de encantamento. Um encantamento que vivi há muitos anos, 27, para ser exata.

Eu já o tinha visto, algumas vezes, mas não sabia quem era. Era bonito, cabelo rebelde e loiro, olhos verdes e meigos, sorriso fácil.
Vi-o a andar de bicicleta, em chinelos, e achei os pés dele lindos (não tinham pelos, como os do meu pai). Vi-o a jogar futebol, a andar de mota, de carro com amigos, e não sabia quem era, nunca o vira antes apesar de sermos da mesma terra e toda a gente se conhecer. Mas ele tinha andado por caminhos diferentes dos meus.
Um dia eu estava na esplanada de um café a comer um gelado e ele apareceu com um amigo. Pediu-me um bocadinho e eu dei. Enquanto trincava olhava-me intensamente e sorria. Foi o nosso primeiro contacto.
Depois houve mais olhares e sorrisos, quando nos encontrávamos por acaso.
Noutro dia ele estava numa casa ao pé da de uma amiga e eu estava com a minha amiga. Estávamos no jardim. A minha amiga tinha uma flor na mão e ele pediu-lha. Ela disse que a viesse buscar e ele veio, ficando ao pé do muro que separava os dois jardins.
Eu também tinha uma flor na mão e fiquei triste por ele não pedir a minha, baixei os olhos. Então ele disse: e tu, não me ofereces a tua flor? Fiquei espantada e disse que sim, e com o coração aos pulos, dirigi-me ao muro e dei-lha. E ele deu-me a que a minha amiga lhe tinha dado!
Nesse momento eu soube que o amor começava...

Em outubro deste ano comemoraremos 25 anos de casamento.


Recordo uma bicicleta
Numa tarde de verão
Pés sem meias, em chinelos
Chamaram minha atenção.

Lembro um gelado oferecido
Com um olhar penetrante
Era o amor que nascia
Na magia desse instante.

Lembro encontros casuais
Sentimentos que nasciam
Recordo olhares tão ternos
Que para ti me atraíam.

Recordo cravos vermelhos
Com alegria trocados
Como penhores de paixão
Por nós dois foram guardados.

Lembro um domingo à tarde
Em que, num mudo chamado
Tu vieste, pra ficar
Eternamente a meu lado.

(Escrevi este poema no dia 28 de março de 1987)

Promotoras da blogagem:


Visite o blog da Rosélia e saiba mais.